CAMINHAR COM JESUS (texto corrigido)

Deixe um comentário

2 de março de 2023 por Ir. Mercedes Lopes - MJC

A palavra “quaresma” vem do número quarenta. Na Bíblia, este número é muito repetido e carrega uma riqueza simbólica muito bonita e variada. No Livro do Êxodo, ela tem o sentido de peregrinação do povo escravizado em direção à liberdade e autonomia (Ex 16,25). As narrativas fazem memória de que, durante quarenta anos (Dt 8,2), o povo bíblico caminhou pelo deserto e enfrentou guerras, teve sede e fome, alimentando-se do que encontravam no caminho para comer. E foi assim que aprenderam a repartir o maná, para que não faltasse para ninguém (Ex 16,35). Nesta quaresma estamos aprendendo a partilhar?

Segundo o profeta Amós (Am 2,10), Yahwe conduziu o seu povo bíblico pelo deserto para ensiná-lo a viver de acordo com O PROJETO DE VIDA para todos. Neste sentido, quaresma é tempo de aprender a caminhar com Jesus, fazendo memória do passado, para conseguir ver melhor os caminhos de Deus para seu povo e contribuir em uma nova caminhada. Quais as novas descobertas que estamos fazendo nesta quaresma?

Os Evangelhos apresentam Jesus orando e jejuando no deserto, durante quarenta dias (Mt 4,1-11). Foi neste tempo, que Jesus foi tentado pelo diabo, isto é, por “aquele que divide”. A tentação do diabo tem a ver com a mentalidade dos antepassados de Jesus. Para eles o Messias teria que ser da realiza: ser um descendente de Davi. Eles esperavam um grande rei, poderoso e rico. Muitos Salmos apresentam esta imagem do Messias. Então, o Espírito Santo conduziu Jesus para o deserto e ele rezava, escutava seu querido Abbá, para resisir  às provocações do diabo.  Na escuta, conseguimos superar divisões internas, nesta quaresma?

Jesus saiu do deserto e ficou sabendo que João Batista tinha sido preso e entendeu que este era um sinal. Ele tinha que animar a esperança dos pobres que buscavam mudança. Então, começou  a anunciar que o reinado de Deus estava perto. E para realizar o projeto do Pai, sua primeira ação foi chamar pessoas e formar uma comunidade (Mc 1,16-20). Era um grupo despreparado e simples, mas seguiam a Jesus por toda parte. Jesus ia curando, resgatando a dignidade das pessoas consideradas impuras e reintegrando-as a suas comunidades. Sua ações indicavam que o tempo estava mudando. Fariseus e autoridades do templo de Jerusalém não o entenderam. Os grandes não conseguiram acolher o dom de Deus, mas Jesus foi fiel até o fim: “Tendo amado os seus que estavam neste mundo, amou-os até o extremo” (Jo 13,1). Que ações manifestam nossa fidelidade no amor?

A comunidade de Jesus acolhia também às mulheres. Elas participavam como grupo. Seus nomes foram registrados nos Evangelhos. Marcos narra que, quando Jesus estava preso e condenado à morte, elas não o abandonaram. Ele cita a presença  de um grupo de mulheres no Calvário e informa que elas eram discípulas da Galileia: “Elas haviam seguido e servido a Jesus, desde quando ele estava na Galileia” (Mc 15,40-41). Qual o nosso protagonismo no calvário do nosso tempo?

Através da partilha, de um novo olhar sobre a realidade, da superação das divisões entre nós, procuramos manifestar nosso amor a Deus e aos irmão e irmãs de caminhada. Assim vamos peregrinando com Jesus nesta quaresma, atravessando a noite escura da fome, guerras, mortes para chegar à madrugada da Ressurreição.

Deixe um comentário

Posts por data

março 2023
S T Q Q S S D
 12345
6789101112
13141516171819
20212223242526
2728293031  

Estatísticas do Site

  • 15.741 Visitas